Igreja Matriz da Tocha

Dados do Património
Nome: Igreja Matriz da Tocha
O Santuário de Nossa Senhora da Tocha foi descrito pelo Dr. Vergílio Correia, em 1936. nos seguintes termos:
“Edifício vasto e alto, acompanhado de torre, pela esquerda. Dentro da capela-mor, quadrada, levanta-se um templete circular, de oito colunas coríntias, cópula e lanternim, ligando-se aos ângulos das paredes por arcobotantes, reproduzindo o motivo arquitectónico central do Jardim da Manga. No século XVIII foi modificado o trono da imagem, que era de quatro faces, por uma composição retabular de talha; ligaram na mesma altura, as colunas por uma balaustrada de pedra. O arco cruzeiro é uma forte composição de pilastras, com almofadados. A escultura da Senhora de Atocha é obra do século XVII, secundária. Nos altares colaterais vêem-se, à esquerda, Santa Ana com a Virgem e, à direita, S. Sebastião, escultura do século XVIII, Há ainda um Santo Antão, boa escultura de pedra policromada, do século XVI, lendo-se no pedestal: SANTANTON. Há duas séries de azulejos. Os da capela-mor, estão datados de 1763 e são fabrico de Coimbra representando símbolos marianos, em vinte painéis, emoldurados de cercaduras concheadas, com altos remates. Os azulejos do corpo da igreja, de fabrico de Lisboa, segunda metade do século XVIII, representam cenas bíblicas, em dez grandes painéis, enquadrados de motivos concheados.
 Actualmente, nos altares colaterais encontram-se as imagens do Sagrado Coração de Jesus e de São Sebastião, Santa Maria, Nossa Senhora de Fátima e Santo Antão (quinhentista, de acordo com Pedro Dias). A imagem da Padroeira é uma escultura significativa da maternidade divina, no século XVI. A Mãe de Deus sustenta Jesus, Deus Menino, no seu braço e mão esquerda na mão direita ou encostada à mão, tinha um círio dourado. Como Rainha, tem lindo manto bordado e coroa real que orna também seu Filho, Jesus. O trono do altar-mor é magnífico e de rara beleza, encontrando-se ao centro da capela-mor. Resguardada por um fraldelim azulejado com diversos painéis pequenos de azulejos azulados, com simbologia mariana: cidade do refúgio (civitas refugii), fonte aberta para a casa de David (fons patens domui David), nenhuma salvação fora (nulla salus extra) e outro com navio levado pelo vento, cujas letras são legíveis.
 No século XVIII, foi-lhe acrescentada uma artística composição em talha dourada, que realçou o altar-mor com o seu sacrário.
 Todo o conjunto artístico do interior desta igreja, Monumento Nacional desde 1944, merece uma visita aprofundada, pois por fora não se consegue imaginar a riqueza artística do seu interior.